O Laboratório de Novas Epistemologias e Desenvolvimento Humano foi criado em 2022 e se constrói em torno de questões emergentes e proposições teórico-práticas articuladas às Diretrizes Curriculares Nacionais - DCNs para o curso de Psicologia, às linhas de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar - PGPDE e à motivação do grupo de docentes proponente na intenção de estabelecer uma aproximação cada vez mais interdisciplinar com a comunidade e a sociedade em geral, na parceria em projetos de pesquisa, sociais e de serviços.
 
A iniciativa tomada pelos professores pesquisadores do Departamento de Psicologia Escolar e Desenvolvimento - PED tem por finalidade ampliar as compreensões, produções, ações e relações em torno das áreas de estudo e em desenvolvimento pelas pesquisadoras, que podem, uma vez transversalizadas, gerar saberes e competências que contemplem os desafios contemporâneos no eixo desenvolvimento humano e educação. Alinhados aos desafios epistemológicos, que se pretende avançar, o Laboratório visa enfrentar a busca por ações que tenham coerência ontológica-epistemológica-teórica-metodológica na pesquisa, ensino e extensão nas temáticas afins ao ‘desenvolvimento humano e educação’ (área de concentração do Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar - PGPDE ao qual as professoras pesquisadoras encontram-se credenciadas).
 
Reconhecemos que nessa relação tetralógica (ontologia, epistemologia, teoria, metodologia), que não possui uma ordem estática, as questões epistemológicas e metodológicas, nas ciências em geral e particularmente na Psicologia, são as que tem se apresentado aquém, gerando dissonâncias nos modos como tem sido gerado conhecimento no campo, gerando o que Santos (2010) denomina como pensamento abissal. Importantes questões interseccionais como gênero, raça, classe, crenças, orientação sexual, capacidade, faixa etária, entre outras, são inter-relacionadas e moldam-se mutuamente. A interseccionalidade é uma forma de entender e explicar a complexidade do mundo, das pessoas e das experiências humanas (Collins & Bilge, 2021). Esses temas têm avançado exponencialmente em termos de novas abordagens e inteligibilidades, em muitos casos no seio dos seus movimentos sociais de luta, precisam avançar também nos modos de legitimação do conhecimento acadêmico, rompendo com o colonialismo epistemológico-metodológico que durante séculos sustentou a exclusão e a dominação do ser, do conhecer, do pensar, e do fazer, orientado por padrões predominantemente euronorteamericanos.
 
Em nossa proposição, a denominação ‘novas epistemologias’ abarca pelo menos 3 (três) movimentos os quais reconhecemos como complementares: o primeiro nasce nos movimentos sociais, como já sinalizamos, em busca da geração de saberes que produzam reconhecimento, legitimidade e emancipação; o segundo nasce na crítica à própria epistemologia pelo modo como o sujeito e o termo subjetividade foram historicamente silenciados e negados da produção do conhecimento; o terceiro movimento, o reconhecemos como uma demanda epistemológica em aberto, e dialoga com os desafios e complexidades geradas pela comunicação digital, pelo uso intensivo das tecnologias da informação e comunicação expressas na produção de imagens, produção social de curtas e outros fenômenos que surgem na esteira da cultura digital. 
 
Professoras Pesquisadoras:
 
Profª Drª Wilsa Maria Ramos
 
 
Profª Drª Maristela Rossato
 
Profª Drª Fabrícia Teixeira Borges
 
Profª Drª Isabelle Patriciá Freitas Soares Chariglione